Estudos e Pesquisa

Ingestão de Proteína Dietética na Meia-Idade em Relação ao Envelhecimento Saudável – Resultados do Estudo Prospectivo da Coorte das Enfermeiras de Saúde

Dietary protein intake in midlife in relation to healthy aging – results from the prospective Nurses’ Health Study cohort
(Ingestão de Proteína Dietética na Meia-Idade em Relação ao Envelhecimento Saudável – Resultados do Estudo Prospectivo da Coorte das Enfermeiras de Saúde)

Introdução
A alimentação é um dos fatores modificáveis mais importantes na prevenção de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), fragilidade, morte prematura e na promoção do envelhecimento saudável. Nesse contexto, a ingestão de proteínas tem um papel fundamental, especialmente na manutenção da massa muscular e da função física. Estudos indicam que a proteína animal pode estar associada a um maior risco de doenças cardiovasculares e morte prematura, enquanto a proteína vegetal pode reduzir o risco de fragilidade e aumentar as chances de um envelhecimento saudável.
Dessa forma, o estudo teve como objetivo analisar a relação entre a ingestão de proteínas e a probabilidade de envelhecimento saudável, definido como longevidade sem doenças crônicas importantes, boa saúde mental e ausência de comprometimento físico e cognitivo. Para isso, foram avaliadas enfermeiras americanas de meia-idade.

Métodos
Este estudo longitudinal acompanhou 48.762 enfermeiras durante 32 anos, de 1984 a 2016. As informações sobre a dieta foram coletadas a cada 4 anos através de Questionários de Frequência Alimentar. A ingestão de proteínas totais e de fontes específicas (animais, laticínios e vegetais) foi calculada multiplicando a frequência de consumo de cada item alimentar pelo seu conteúdo de proteína e somando a ingestão de proteínas de todos os alimentos. Outros parâmetros de saúde, como saúde mental e cognitiva, também foram avaliados utilizando outros questionários, como a Escala de Depressão Geriátrica.

Resultados
Os resultados mostraram que o consumo de proteínas totais e de proteínas animais estava associado ao desenvolvimento de várias doenças crônicas. Em contraste, a ingestão de proteínas vegetais mostrou-se um fator protetor contra essas doenças. Além disso, a proteína vegetal foi associada a um melhor estado de saúde mental na vida adulta.
Os principais achados foram:
Proteína Animal: Foi associada a uma redução de 6% nas chances de envelhecimento saudável.
Proteína Vegetal: Foi associada a um aumento de 46% nas chances de envelhecimento saudável.
Incremento de Proteína Vegetal: Aumentar apenas 3% da energia diária proveniente de proteínas vegetais resultou em uma chance 38% maior de envelhecimento saudável.
Risco de Doenças Crônicas: A ingestão total de proteínas e de proteínas animais foi significativamente associada a um maior risco de doenças crônicas. Já a ingestão de proteínas vegetais foi associada a uma maior probabilidade de ausência de doenças crônicas.
Limitações Físicas: Tanto a proteína animal quanto a vegetal foram associadas a uma maior chance de estar livre de limitações físicas, com 5% e 41% de aumento nas chances, respectivamente. No entanto, apenas a proteína vegetal foi associada a um melhor estado mental.
Substituição de Macronutrientes: Substituir calorias de todos os macronutrientes por calorias equivalentes de proteína vegetal foi associado a uma chance de 20% a 60% maior de não ter limitações na função física durante o envelhecimento.

Conclusão
O estudo concluiu que a ingestão de proteínas vegetais está favoravelmente associada a vários aspectos do estado de saúde de adultos mais velhos, incluindo boa função física e bom estado de saúde mental. Assim, incorporar mais proteínas vegetais na dieta pode ser uma estratégia eficaz para promover um envelhecimento saudável.

Referência: Ardisson Korat AV, Shea MK, Jacques PF, et al. Dietary protein intake in midlife in relation to healthy aging – results from the prospective Nurses’ Health Study cohort. Am J Clin Nutr. 2024;119(2):271-282. doi:10.1016/j.ajcnut.2023.11.010

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